A Chávena de Humanidade


O Cháismo é um culto baseado na adoração do que é belo entre os factos sórdidos da existência diária. (...) É uma tentativa terna de atingir algo possível nesta coisa impossível a que chamamos vida.

El teísmo es un culto basado en la adoración de lo que es bello entre los hechos sórdidos de la existencia diaria. (...) Es un intento tierno de alcanzar algo posible en esta cosa imposible a la que llamamos vida.

Kakuzo Okakura

segunda-feira, 27 de maio de 2013

praça forte

praça forte. elos que se nos prendem aos pés com que caminhamos como acorrentados. serve-nos o baton ou o mel, tudo, para acender os faróis do talvez e correr em direção ao novo precipício que inventamos para justificar a queda. não sentimos tanto como queríamos porque não entregamos tanto como poderíamos. é a sorte do caloiro que o leva ao saber, à virgindade essencial do pensamento, o momento antes do parto, o que nunca foi criado como verdade mas como fruto do acaso. é uma gravidez sem razão, um caminhar sem ser nunca nascido porque nascemos um pouco antes de chegar e vamos culpando o espaço e o tempo pelas nossas decisões. daí a praça forte, o calvário a que condenamos os outros, aos berros, aos murros ou calados dentro de nós, condenando ou absolvendo. que é o mesmo. assim nos defendemos, assim criamos os caminhos por onde os outros nos podem transitar ou não, assim voltamos uma e outra vez à mesma crença que sustenta o que pensamos ser. a identidade, essa crendice. a praça forte onde começar a dividir o mundo, as bandeiras, as línguas, a vida, a verdade, o espaço, o tempo, a casa, os nomes dos ventos. e é que a culpa, achamos, é sempre do nordês.

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